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Caiu no Golpe Da Compra e Venda de Veículos? Saiba o que Fazer!

  • Foto do escritor: ADVOGADO CRIMINAL
    ADVOGADO CRIMINAL
  • 28 de nov. de 2022
  • 5 min de leitura

A compra de um carro ou sua troca por um melhor estão entre as conquistas mais importantes da vida de uma pessoa. Se as condições do negócio forem vantajosas, então o cenário fica melhor ainda.

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No entanto, muita empolgação pode transformar o sonho automotivo em pesadelo.

Golpes envolvendo compra e venda de veículos, incluindo motos e caminhões, não são novos. Muitos, inclusive, lembram os famosos “contos do vigário” na forma em que são aplicados. Outros são mais atuais e incluem alguma tecnologia dos tempos modernos.

Mas podemos ter a certeza que dois ingredientes sempre estarão presentes em um golpe: um comprador ávido em fazer um ótimo negócio ou, em outras palavras, levar vantagem (demais) e um inescrupuloso (estelionatário ou bandido mesmo) com a arapuca armada para pegar um desses compradores.

1) Gasparzinho (Veículo Fantasma)

O esquema do carro fantasma é bastante simples: os golpistas anunciam veículos com preços abaixo do mercado e condições muito atrativas em vários meios de comunicação (jornal, internet, revista, rádio e TV).

Entre as condições vantajosas estão prestações a perder de vista, taxa de juros muito baixa ou até zero e entrada de apenas 10% a 20% do valor anunciado.

Quando o interessado entra em contato, informam que o veículo se encontra em outro Estado, mas que pode ser entregue em qualquer parte do Brasil sem custos.

Para reforçar a impressão de algo legítimo, os golpistas fornecem fotos e vídeos do veículo e até convidam o interessado para ver o carro, moto ou caminhão pessoalmente. Nos próximos contatos, independentemente de o interessado ter optado ou não por ver o veículo de perto, os estelionatários informarão que receberam uma oferta de outro interessado e que estão prestes a fechar a venda daquele veículo. É nesse momento que eles se aproveitam do desespero do real interessado, dizendo que só podem segurar o negócio mediante um depósito ou transferência bancária (normalmente o valor da entrada). Desesperado para não perder o negócio da China, o comprador realiza o depósito ou transferência o mais rápido possível, algo que hoje é feito até mesmo através de um Pix. Pronto, o golpe está dado. Nunca mais o depositante conseguirá contato telefônico e nunca mais terá notícias dos “vendedores” , do dinheiro e do veículo – que nunca existiu de fato.

2) Carro Direto da Fábrica

Através de anúncios em classificados ou dizendo ser amigo, parente ou o próprio funcionário de uma montadora, os espertalhões acenam com a possibilidade de vender veículos diretamente da fábrica.

Para isso, eles dizem que podem repassar um generoso desconto, que normalmente é concedido apenas a funcionários, que varia de marca para marca e também de modelo para modelo. O que chama a atenção é que esse abatimento varia entre 10% e 18%.

Quase sempre a quadrilha arma uma encenação. Numa incrível “coincidência”, aparece o funcionário da montadora, que é apresentado ao cliente e confirma tudo. Alguns golpistas mais astutos até mesmo convidam o interessado para ir até a fábrica.

Chegando ao portão encontram (também por coincidência, é claro), o amigo, parente ou colega de trabalho já deixando a fábrica em final de turno.

Após uma buzinada ele para, desce do carro e confirma a possibilidade de negócio. Chegam a mostrar crachá falso, tabelas de preços e opções de compra, tudo em papel timbrado.

Só uma regra não muda nas diferentes encenações. Em determinado momento, o falso funcionário diz que o pagamento total (para compra à vista) ou parcial (entrada, no caso de compra a prazo) dever ser adiantado e deve sair da conta do funcionário para a conta da fábrica para que o negócio seja válido.

Nesse momento eles passam o número da conta e aí você já deve estar imaginando o que acontece. Isso mesmo: ao invés de carro zero, zero de carro. E “até nunca mais” ao prestativo funcionário e ao dinheiro.

3) Carro Prisioneiro

O grande negócio aqui é a possibilidade do comprador adquirir por preços absurdamente baixos motos, caminhões e carros nacionais ou importados apreendidos por autoridades e que irão a leilão por alguma razão (falências, financiamentos não pagos, excesso de multas, impostos atrasados, etc).

Em combinação com outro integrante da quadrilha, eles podem conseguir acesso a algum pátio onde se encontram os veículos e levar o cliente até ali para ver a mercadoria. E, mais uma vez, número da conta do vigarista pra lá, dinheirinho do cliente pra cá. E o carro fica onde está mesmo.

4) Consórcio Sorteado / Contemplado

Através de anúncios ou contatos pessoais, os golpistas oferecem a venda de consórcios sorteados (ou contemplados) com condições muito atraentes em que o interessado teria direito a entrar num plano de consórcio já contemplado mediante uma taxa de transferência ou comissão para o dono da cota ou seu representante.

O golpista argumenta que tem contatos com pessoas que podem fazer com que a cota seja sorteada, que o dono da cota já está velho e não quer mais dirigir ou que o sorteado do momento passou a vez, pois quer pegar o carro mais pra frente.

Além disso, eles frisam que esse negócio é muito melhor que um financiamento, que você pode escolher cor e modelo ou ainda que pode optar pelo dinheiro ao invés do carro. Havendo interesse, são solicitados os dados pessoais do interessado para que se prepare o contrato.

E, claro, nesse momento é solicitado o pagamento da taxa de transferência da titularidade do consórcio e/ou da comissão. Para laçar de vez o cliente, são mostrados documentos que comprovam que o sorteio já ocorreu e que o carro ou o dinheiro está em vias de ser liberado.

A vítima, a esta altura, paga a taxa de transferência. E num passe de mágica desaparecem o vendedor camarada, o carro e o dinheiro.

5) Veículo Consignado

Esse golpe é aplicado por lojas de carros sem idoneidade. Elas procuram anúncios de venda ou veículos com placa de “vende-se”.

Depois, fazem contato com seu dono e o convencem a deixar seu veículo em consignação com eles dizendo haver alguns clientes interessados exatamente nesse modelo, inclusive na cor e outros detalhes, e que podem vendê-lo mais rápido e por um valor maior.

Em seguida, podem aplicar no proprietário três diferentes golpes:

Assim que aparecem interessados nos veículos, a loja pega documentos destas pessoas e dá entrada em financiamentos, alienando o bem, ou seja, deixando-o como garantia. Depois diz aos interessados e ao dono que o credito não foi aprovado e embolsa o dinheiro.

A loja vende o veículo e não o transfere para o novo comprador. Mas fica com o dinheiro, é claro, alegando ao dono que o carro foi roubado da loja.

A loja vende o veículo, falsificando seus documentos e utilizando procuração de venda falsa. Em alguns casos o veículo é vendido para desmanches clandestinos. Aqui eles também alegam ao dono que o carro foi roubado ou simplesmente somem do mapa.

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Dr. Jonathan Pontes | Advogado Criminalista, Vice-Presidente do Centro de Esporte e Lazer OAB (triênio 2022-2024),

Assessor do XIV Tribunal de Ética e Disciplina (triênio 2022-2024|2019-2021), Membro Efetivo da Comissão de Direitos Humanos (triênio 2022-2024),

Secretário do Centro de Esporte e Lazer (triênio 2019-2021). Expertise Técnica - Direito Penal e Processo Penal. C

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